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domingo, 9 de maio de 2010

Mangalarga Marchador

O Mangalarga Marchador é uma raça de cavalos cuja origem remonta à coudelaria Alter Real, que chegou ao Brasil por meio de nobres da Corte portuguesa e, após, cruzada com cavalos de lida, em sua maioria de raças ibéricas (bérberes), que aqui chegaram na época da Colonização do Brasil.

Segundo a tradição, em 1812, Gabriel Francisco Junqueira (o barão de Alfenas) ganhou de D. João VI, um garanhão da raça alter Real e iniciou sua criação de cavalos cruzando este garanhão da raça Alter com éguas comuns da Fazenda Campo Alegre, situada no Sul de Minas onde hoje é o município de Cruzília. Como resultado desse cruzamento, surgiu um novo tipo de cavalo que acreditamos foi denominado Sublime pelo seu andar macio.
Esses cavalos cômodos chamaram muito a atenção, e logo o proprietário da Fazenda Mangalarga trouxe alguns exemplares de Sublimes para seu uso em Paty do Alferes, próximo à Corte no Rio de Janeiro. Rapidamente tiveram suas qualidades notadas na sede do Império - principalmente o porte e o andamento - e foram apelidados de cavalos Mangalarga numa alusão à fazenda de onde vinham.
O cavalo Mangalarga Marchador, diferentemente de outras raças nacionais, possui inúmeras linhagens antigas e de tradição. Este fato lhe garantiu a expansão dos plantéis por todo território nacional, pois os novos criadores exerceram suas escolhas em ampla variabilidade. Assim, segundo a própria ABCCMM, reconhecemos como linhagem um grupo de animais que se mantém com as mesmas características genotípicas e pequenas variações fenotípicas. São criações que se mantiveram praticamente isoladas, desenvolvendo com objetivos claros sua seleção morfológica e funcional, fugindo ocasionalmente da consanguinidade entre suas matrizes e garanhões.
Em 1934 foi fundada a ABCCRM, Associação Brasileira de Criadores de Cavalo da Raça Mangalarga. Anteriormente tinha havido uma notável migração de parte da Família Junqueira para São Paulo em busca de melhores terras e riqueza. Chegando em novo solo, com topografia diferente, cultura diferente, onde a caçada ao veado era diferente, os cavalos tiveram que se adaptar a uma nova topografia e necessidades tendo a necessidade de um cavalo de melhor galope mais resistente por isto foi mais valorizado a marcha trotada que tem apoios bipedal de dois tempos com tempo mínimo de suspensão que cumpria as novas exigências do animal sem perder a comodidade, pois os animais de triplice apoio apesar de serem mais cômodos não conseguiam acompanhar o ritmo alucinante das caçadas e a lida com gado em campo aberto que eram as duas maiores funcionalidades do cavalo Mangalarga no estado de São Paulo. Tanto o Mangalarga Marchador como o Mangalarga ou Mangalarga Paulista, são duas raças ibérica.
Mangalarga Paulista:  Devido à inevitável diferença que estava surgindo entre os criadores de Mangalarga de São Paulo e de Minas, foi fundada em 1949 uma nova Associação, a ABCCMM. Esta Associação teve origem a partir de uma dissidência de criadores que não concordavam com os preceitos estabelecidos pela ABCCRM e teve como objetivo principal a manutenção da Marcha Tríplice Apoiada.
O tempo passou e a ABCCMM é hoje a maior associação de equinos da América Latina, com mais de 250.000 animais registrados e mais de 20.000 sócios registrados, com cerca de três mil ativos. Durante o período de meados de 70 ao final da década de 1990 o Marchador teve uma ascensão astronômica no segmento da equinocultura, batendo recordes de animais expostos, registrados, e de preços em leilões oficiais.

Aparência geral

Porte médio, ágil, estrutura forte e bem proporcionada, expressão vigorosa e sadia, visualmente leve na aparência, pele fina e lisa, pelos finos, lisos e sedosos, temperamento ativo e dócil.

Altura
Para machos a ideal é de 1,52 m, admitindo-se para o registro definitivo a mínima de 1,47 m e a máxima de 1,57 m.
Para fêmeas a ideal é de 1,46 m, admitindo-se para o registro definitivo a mínima de 1,40 m e a máxima de 1,54 m.

Cabeça
Cabeça e pescoço padrão da raça.Forma: triangular, bem delineada, média e harmoniosa, fronte larga e plana;

Perfil: retilíneo na fronte e de retilíneo a sub-côncavo no chanfro;

Olhos: afastados e expressivos, grandes, salientes, escuros e vivos, pálpebras finas e flexíveis;

Orelhas: médias, móveis, paralelas, bem implantadas, dirigidas para cima, de preferência com as pontas ligeiramente voltadas para dentro;

Garganta: larga e bem definida;

Boca: de abertura média, lábios finos, móveis e firmes;

Narinas: grandes, bem abertas e flexíveis;

Ganachas: afastadas e descarnadas.

Pescoço
De forma piramidal, leve em sua aparência geral, proporcional, oblíquo, de musculatura forte, apresentando equilíbrio e flexibilidade, com inserções harmoniosas, sendo a do tronco no terço superior do peito, admitindo-se, nos machos, ligeira convexidade na borda dorsal - como expressão de caráter sexual secundário - crinas ralas, finas e sedosas.

Tronco
Cernelha: bem definida, longa, proporcionando boa direção à borda dorsal do pescoço;

Peito : profundo, largo, musculoso e não saliente;

Costelas: longas, arqueadas, possibilitando boa amplitude torácica;

Dorso: de comprimento médio, reto, musculado, proporcional, harmoniosamente ligado à cernelha e ao lombo;

Lombo: curto, reto, proporcional, harmoniosamente ligado ao dorso e à garupa, coberto por forte massa muscular;

Ancas: simétricas, proporcionais e bem musculadas;

Garupa: longa, proporcional, musculosa, levemente inclinada, com a tuberosidade sacral pouco saliente e de altura não superior à da cernelha;

Cauda: de inserção média, bem implantada, sabugo curto, firme, dirigido para baixo, de preferência com a ponta ligeiramente voltada para cima quando o animal se movimenta. Cerdas finas, ralas e sedosas.

Membros Anteriores - Morfologia do padrão da raça.
Espáduas: longas, largas, oblíquas, musculadas, bem implantadas, apresentando amplitude de movimentos;

Braços: longos, musculosos, bem articulados e oblíquos;

Antebraços: longos, musculosos, bem articulados, retos e verticais;

Joelhos: largos, bem articulados e na mesma vertical do antebraço;

Canelas: retas, curtas, descarnadas, verticais, com tendões fortes e bem delineados;

Boletos: definidos e bem articulados;

Quartelas: de comprimento médio, fortes, oblíquas e bem articuladas;

Cascos: médios, sólidos, escuros ou claros e arredondados.

Aprumos: corretos.

Membros posteriores

Coxas: musculosas e bem inseridas;

Pernas: fortes, longas, bem articuladas e aprumadas;

Jarretes: descarnados, firmes, bem articulados e aprumados;

Canelas: retas, curtas, descarnadas, verticais, com tendões fortes e bem delineados;

Boletos: definidos e bem articulados;

Quartelas: de comprimento médio, fortes, oblíquas e bem articuladas;

Cascos: médios, escuros e arredondados;

Aprumos: corretos.

Ação
Passo: andamento marchado, simétrico, de baixa velocidade, a quatro tempos, com apoio alternado dos bípedes laterais e diagonais, sempre intercalados por tempo de tríplice apoio.
Características ideais: regular, elástico, com ocorrência de sobrepegada; equilibrado, com avanço sempre em diagonal e tempos de apoio dos bípedes diagonais pouco maiores que laterais; suave movimento de báscula com o pescoço; boa flexibilidade de articulações.

Galope: andamento saltado, de velocidade média, assimétrico, a quatro tempos, cuja sequência de apoios se inicia com um posterior, seguido do bípede diagonal colateral e se completa com o anterior oposto.

Características ideais: regular, justo, com boa impulsão, equilibrado, com nítido tempo de suspensão, discreto movimento de báscula com o pescoço, boa flexibilidade de articulações.

Andamento
ApoioMarcha: andamento marchado, simétrico, a quatro tempos, com apoio alternado dos bípedes laterais e diagonais, sempre intercalados por momentos de tríplice apoio.
Características ideais: regular, elástico, com ocorrência de sobrepegada ou ultrapegada, equilibrado, com avanço sempre em diagonal e tempos de apoio dos bípedes diagonais maiores que laterais, movimento discreto de anteriores, descrevendo semicírculo visto de perfil, boa flexibilidade de articulações.
Expressão e caracterização
O que exprime e caracteriza a raça em sua cabeça, aparência geral e conformação

Diferença entre as Raças

A diferença entre as raças do Mangalarga Marchador e o Mangalarga começaram a surgir na segunda metade do século XIX quando os primeiros animais foram levados para o Estado de São Paulo e lá tiveram que se adaptar a uma nova topografia de campos cerrados, em vez da topografia acidentada do Sul de Minas. A topografia paulista influenciou não só a rotina de trabalho nas fazendas (lida com o gado) mas também o esporte, nomeadamente a caça do veado.
Os criadores paulistas começaram a desenvolver animais com uma estatura mais elevada para facilitar a cavalgada através do cerrado e, ao mesmo tempo, animais que respondesse com um arranque fácil e imediato durante a caça.
Vale ressaltar que em Minas também se buscava um animal voltado para a caça. Porém, em função da topografia da região, o papel do cachorro na caçada era muito mais importante do que a do cavalo. No Estado de São Paulo, entretanto, o cavalo começou a desempenhar uma função tão importante quanto a dos cachorros. Exigia-se dos animais um arranque fácil e imediato, parada brusca, além da transição natural e espontânea da marcha para o galope.
O trabalho de seleção e aprimoramento funcional volta-se, então, para desenvolver características no Mangalarga que pudessem atender esses requisitos. Cruza-se o Mangalarga com as raças Puro Sangue Inglês, Árabe, Anglo-Árabe e American Saddle Horse.
Essa seleção funcional, no entanto, implicou na modificação da conformação. Conseqüentemente, numa diferenciação cada vez maior do Mangalarga Mineiro, inclusive dando-lhe outra aparência geral.
Acredita-se que no futuro é muito provável que o Mangalarga Marchador e o Mangalarga terão em comum somente o nome e a origem.
O Mangalarga Marchador é o que se pode chamar de “cavalo de fazendeiro”, pois sua marcha é bastante confortável e não cansa o cavaleiro, tornando-o ideal para percorrer a fazenda e realizar viagens por caminhos acidentados.

O Mangalarga Marchador era considerado apenas uma variedade da raça, distinguindo-se particularmente pelo seu andamento característico que denomina “marcha avante, batida ou picada”, tão regular quanto possível, constituindo desclassificação o trote, a marcha trotada e a andadura propriamente dita. O Mangalarga Marchador tem dificuldade em galopar.
O andamento genuíno do Mangalarga Marchador é acompanhado de outras importantes características:

Temperamento
Ativo e dócil, pode ser montado por pessoas de qualquer faixa etária e nível de equitação.


Resistência
Grande capacidade para percorrer longas distâncias e enfrentar desafios naturais.

Inteligência
Seu adestramento é fácil e rápido em relação a outras raças de sela.

Rusticidade
Pode ser criado somente em regime de pasto, diminuindo seu custo de produção e manutenção, facilitando seu manejo. A rusticidade é observada também na facilidade de adaptação a quaisquer terrenos e climas como o tropical, temperado ou frio.

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