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quinta-feira, 20 de maio de 2010

Controle de carrapatos

Biologia e controle de carrapatos em eqüinos no Brasil

Carrapatos são indubitavelmente os ectoparasitos de eqüinos mais importantes no Brasil. Diretamente eles espoliam o sangue, abrem porta de entrada para miíases e infecções secundárias, irritam os animais e podem causar dermatites. São também vetores dos agentes causais da piroplasmose eqüina, Babesia equi e Babesia caballi, sendo esta doença um fator limitante para a performance de cavalos de esporte, além de restringir o comércio internacional desses animais. Considerando que a importação e principalmente a exportação de cavalos vem aumentando intensamente nos últimos anos, além de cavalos brasileiros que vão para provas internacionais, o controle desses artrópodes passa a ser muito importante nesse processo.
Pelo menos três espécies de carrapatos são comumente encontrados em eqüinos no Brasil:
Anocentor nitens
Amblyomma cajennense
Boophilus microplus.

Anocentor nitens
O A. nitens é um importante ectoparasito de eqüinos desde o sul dos EUA até o norte da Argentina. No Brasil, é encontrado parasitando cavalos e outros eqüídeos, estando amplamente difundido pelo país. Este ixodídeo é responsável por muitas doenças, incluindo lesões na orelha, predispondo a perda da rigidez auricular (cavalo troncho). Provavelmente ocorre invasão bacteriana nos ferimentos causados pelas picadas dos carrapatos, que acabam causando lesões deformantes ou mutilantes na cartilagem da orelha. O interior da orelha do hospedeiro freqüentemente torna-se repleto de carrapatos em todas as fases, com excrementos e exsúvias (mudas de pele) do carrapato, o que produz um odor nauseabundo. As fêmeas durante o período de sucção secretam uma substância líquida que, quando seca, se assemelha a sangue coagulado. Assim uma inflamação considerável é produzida o que pode ocasionar o aparecimento de miíases. Além dos danos diretos, ele está implicado na transmissão biológica de um dos agentes da Piroplasmose eqüina, a B. caballi. O parasitismo por A. nitens determina inúmeros prejuízos para os eqüinos do Brasil, através dos gastos com carrapaticidas e problemas na saúde dos animais. Em muitos casos, o controle deste parasito é feito com o uso excessivo de substâncias químicas, provocando sérios problemas na criação, não erradicando o ectoparasito e selecionando as cepas resistentes aos mais diversos tipos de acaricidas.
Este carrapato é conhecido na América do Norte como “the tropical horse tick” e no Brasil como “the horse ear tick”, pois é encontrado principalmente no pavilhão auricular, embora possa ser encontrado em outros sítios de fixação como divertículo nasal, base da crina, região perineal e ao longo da linha ventral média do corpo. É encontrado em altas prevalências nos vários países onde ocorre, desenvolvendo massivas populações nos eqüinos sobre o qual passa por todas as suas mudas.
O A. nitens é uma espécie com um único hospedeiro no seu ciclo e quase sempre adota eqüinos e muares como hospedeiro, mas é algumas vezes encontrado em outros animais como jumentos, bovinos, ovinos, veados e búfalos. No ciclo biológico do A. nitens a fêmea ingurgitada (repleta de sangue) se destaca do hospedeiro, procura um abrigo próximo ao solo nas pastagens, onde põe de 2.000 a 3.000 ovos. À medida que vão realizando a postura, as fêmeas vão se afastando, deixando os ovos aglutinados. Terminada a oviposição as fêmeas morrem. Os ovos são pequenos, esféricos e de coloração castanha. Os ovos eclodem e dão origem as larvas, de acordo com as condições climáticas favoráveis, as larvas sobem pelas gramíneas e arbustos e aí esperam a passagem dos hospedeiros para os quais se transferem. Após sugar sangue dos hospedeiros, durante alguns dias, a larva sofre muda da cutícula (ecdise) e se transforma no estágio seguinte que é a ninfa, esta por sua vez, se ingurgita, sofre ecdise e se transforma em machos ou fêmeas. Esses copulam, e a fêmea se ingurgita e se desprende do hospedeiro, após um período de descanso iniciam a ovipostura. Os machos permanecem mais tempo no hospedeiro.
A duração da fase parasitária no cavalo é de 24 a 28 dias, com ingurgitamento e muda de larva para ninfa e de ninfa para adulto no 8o e 16o dia pós-infestação, respectivamente. Em bovinos o ciclo do parasito é mais longo que em eqüinos, o massivo desprendimento de fêmeas ocorre de 25 a 36 dias pós-infestação.
No Brasil, altas temperaturas, aumento das chuvas e da umidade relativa durante o verão e primavera estão associados com o encurtamento da fase não parasitária do A. nitens. Assim, altos índices de produção de ovos e eclosão, conseqüentemente uma maior abundância de larvas são observados nesse período. No outono e inverno, o prolongamento da fase não parasitária e a diminuição da eficiência reprodutiva e taxas de eclosão contribuem para uma menor abundância de larvas. Entretanto, neste momento, baixas temperaturas são associadas com um aumento na sobrevivência das larvas, resultando em uma manutenção da larva nas pastagens, embora em baixo número. Desta forma, podem ser observadas 3 a 4 gerações anuais de A. nitens no Brasil que decorrem de mudanças climáticas e também são devidas ao estado fisiológico do cavalo, dependendo de seu nível de resistência ou susceptibilidade.


Amblyomma cajennense:
O A. cajennense, o carrapato do corpo dos cavalos, conhecido no Brasil como carrapato rodoleiro ou estrela na sua fase adulta, “vermelhinho” na fase ninfal e “micuim” na fase larvar, tem sido considerado como uma praga de importância emergente nas áreas de produção animal, como espoliador dos rebanhos eqüinos e bovinos e, de saúde pública como importante transmissor da riquetsiose nos humanos, a Febre Maculosa. Vários animais domésticos e ampla diversidade das espécies silvestres, mamíferos e aves, podem albergar algum estádio parasitário deste carrapato.
O A. cajennense é um carrapato trioxeno, ou seja, necessita de três hospedeiros de espécies iguais ou diferentes para completar seu ciclo de vida. O ciclo biológico inicia-se com a queda de uma fêmea ingurgitada – teleógina, que busca esconderijo no solo para iniciar um novo ciclo de vida. No solo, em uma área protegida, dentro de uma rachadura do solo ou na base de uma touceira de capim, após aproximadamente 12 dias ela inicia uma postura de duração média de 25 dias onde deposita os ovos, dos quais aproximadamente 95% de larvas produzidas são viáveis (micuins) que permanecerão em jejum até o encontro do primeiro hospedeiro por um período de até seis meses, subindo e descendo das folhas das plantas em função das condições ambientais diárias e ocorrência de estímulo de busca de hospedeiros tais como vibrações do solo e eliminação de CO2 pelos hospedeiros. O enorme potencial biótico da espécie, explica a intensidade das infestações por larvas ou micuins observadas particularmente a partir dos meses de março – abril até meados de julho quando se inicia o período ninfal. No hospedeiro, após a fixação das larvas na sua pele, por mecanismos específicos, iniciam um repasto de linfa e /ou sangue e tecidos digeridos, durando essa fase alimentar aproximadamente cinco dias. Após este período as mesmas desprendem do hospedeiro, caindo no chão e buscando abrigo no solo para realizar uma muda para o estádio ninfal, que ocorre em um período médio de 25 dias.
Desta muda resulta uma ninfa (“vermelhinho”) que mantendo o mesmo comportamento verificado no estádio larvar, sobe e desce diariamente das folhas e ramos das plantas, à procura de um novo hospedeiro, sendo também este comportamento condicionado pelas condições ambientais. Neste estágio, a ninfa pode aguardar em jejum por um período estimado de até um ano e seu período máximo de atividade é observado durante os meses de julho a outubro ainda que possam também ocorrer durante todo o ano nas condições ambientais de sua ocorrência. Encontrado o segundo hospedeiro esta ninfa fixa-se em sua pele e iniciam um período de alimentação de aproximadamente 5 a 7 dias. Quando completamente ingurgitada, solta-se e cai ao chão para realizar a segunda muda em um nicho protegido do solo.
Após um período de aproximadamente 25 dias emergem o macho ou a fêmea jovens que em aproximadamente sete dias encontram-se perfeitamente aptos a realizar seu terceiro estádio parasitário. No meio ambiente, podem permanecer em jejum, por um período de até 24 meses, aguardando o hospedeiro e demonstrando enorme resistência física aos fatores ambientais. Deve-se considerar, entretanto, que em cada fase, nem todos os indivíduos sobrevivem. Grande número morre em decorrência da dessecação, da fome e da predação. Apenas os mais aptos sobrevivem para dar continuidade à espécie. Encontrando o hospedeiro, machos e fêmeas fixam-se, fazem um repasto tissular e sanguíneo, cruzam-se e a fêmea fertilizada inicia um processo de ingurgitamento que finda num prazo aproximado de 10 dias. Após este período a fêmea solta-se da pele e vai ao solo. No solo inicia uma nova geração. Esta fase, observada durante os meses de outubro e março no sudeste brasileiro, completa o ciclo biológico da espécie caracteriza sua dinâmica populacional e indica a ocorrência de uma geração anual da espécie.

Boophilus microplus:
A infestação de eqüinos por B. microplus está fortemente associada com o uso simultâneo de pastagens por eqüinos e bovinos. Apesar do B. microplus ser um carrapato do bovino, ele pode ser encontrado em várias outras espécies hospedeiras, como cavalos, pequenos ruminantes, búfalos, cachorros e alguns mamíferos silvestres. Entretanto, estas espécies hospedeiras podem servir como hospedeiro secundário desde que estas infestações são sempre relatadas em áreas onde também se observa o pastejo de bovinos.
Nos eqüinos o B. microplus é freqüentemente encontrado no peito e pescoço dos animais, causando uma severa dermatite. Além do mais, experimentalmente tem se demonstrado a transmissão de B. equi por este carrapato. Este carrapato apresenta apenas um hospedeiro em seu ciclo de desenvolvimento, sendo este semelhante ao já descrito anteriormente para o A. nitens.

DIFERENCIAÇÃO DOS CARRAPATOS

A diferenciação morfológica entre as espécies A. nitens, B. microplus e A. cajennense pode ser feita de forma bem prática a campo. Algumas particularidades devem ser destacadas, pois apesar de parecer simples, não é em qualquer fase de vida destes carrapatos que será possível identificá-los sem o auxílio de uma lupa ou microscópio.
Para diferenciar se o seu cavalo está infestado por uma dessas 3 espécies será necessário que você colete carrapatos adultos e observe as características abaixo.

Anocentor nitens Boophilus microplus Amblyomma cajennense

Carrapato da orelha de eqüinos*
Carrapato do boi Carrapato roduleiro
Carrapato estrela
Carrapato do corpo de eqüinos

Fêmea ingurgitada possui patas curtas e bem escuras (marrom escuro). Fêmea ingurgitada possui patas curtas e bem claras (transparentes). Patas bem longas podendo ser claras ou escuras.
Fêmeas ingurgitadas: coloração marrom claro, ao marrom escuro. Fêmeas ingurgitadas: coloração marrom claro, ao marrom escuro. Fêmeas ingurgitadas: mesma coloração do A. nitens, mas com pequenos pontos negros no corpo. Apresenta escudo bem pequeno e ornamentado (desenho e rajas claros).
Cabeça com peça bucal curta. Cabeça com peça bucal curta. Cabeça com peça bucal longa.
Macho com coloração variando do marrom escuro ao vermelho escuro. Macho com coloração variando do marrom escuro ao castanho. Macho com coloração marrom escuro e com o escudo bem ornamentado (desenhos e rajas claros).
Macho com peça bucal e patas curtas Macho com peça bucal e patas curtas Macho com patas bem longas e peça bucal longa.

* também pode ser encontrado sob a crina, no divertículo nasal, região perineal e perianal.



CONTROLE
Baseado no estudo da dinâmica sazonal das fases parasitárias e não parasitárias são sugeridas medidas de controle estratégico para A. nitens no Brasil similarmente aquelas adotadas para B. microplus. Os tratamentos acaricidas devem ser mais intensivos na primavera e verão, quando os níveis de infestação parasitária são maiores, e a abundância de larvas é maior nas pastagens e o ciclo de vida do A. nitens é menor devido às maiores temperatura e umidade relativa do ar. Os tratamentos devem ser baseados na pulverização de todo o corpo dos eqüinos, inclusive dentro do divertículo nasal e região auricular, em intervalos de 24 dias, cobrindo um período de pelo menos 4 meses ininterruptos do ano, na primavera e/ou verão. O volume de emulsão acaricida recomendado é de 4 a 5 litros por cavalo adulto, sendo que após o tratamento os animais devem voltar para o mesmo pasto. A repetição dos tratamentos acaricidas e o retorno dos animais para o mesmo pasto promoverão uma intensa limpeza das pastagens, reduzindo desta forma o número de carrapatos que atingirão a fase adulta. As elevações da temperatura e da umidade relativa do ar nesta época do ano provavelmente aumentam a atividade de busca pelo hospedeiro das larvas não alimentadas de A. nitens presentes nas pastagens. Tal fato possivelmente reduz o tempo de sobrevivência destas larvas no ambiente o que contribui para maior sucesso do tratamento carrapaticida neste período do ano. Em muitas propriedades é comum o uso de acaricidas tópicos no pavilhão auricular como única medida de controle de A. nitens. No entanto este controle tem se demonstrado ineficiente, devido às populações encontradas em outros sítios de fixação.
Em pesquisa realizada no Estado de São Paulo observou-se que os principais fatores associados com a presença e níveis de infestação por A. cajennense em eqüinos foram as condições da vegetação e da pastagem. Mistura de pastagens de crescimento excessivo, gramas não uniformes e várias espécies de plantas invasoras na pastagem, mostraram ter grande associação epidemiológica com A. cajennense (estabelecimento e desenvolvimento). A presença de pastagens sujas (mato + pastagem) foi associada não somente com a presença do carrapato, mas também com sua maior infestação nos cavalos. Roçar toda a pastagem uma vez ao ano foi a medida mais eficiente para evitar a presença e altas infestações de A. cajennense. Esse tipo de manejo de pastagem é feito principalmente no verão, durante a estação chuvosa, e consiste no rompimento mecânico de toda a pastagem, expondo o solo por várias semanas, até uma nova cobertura de capim se estabelecer. Roçagens periódicas também são fundamentais para manter a pastagem limpa, prevenindo o estabelecimento de plantas invasoras. Como A. cajennense completa somente uma geração por ano no Brasil, a maior parte do desenvolvimento do ciclo de vida ocorre no solo. Roçando a pastagem e expondo o solo pode-se significativamente romper com as condições microclimáticas ideais para sobrevivência e desenvolvimento do A. cajennense. A ausência de vegetação mais densa também pode desempenhar um papel de ruptura nas condições microclimáticas ideais.
Outra medida recomendada para o controle de A. cajennense seria o uso de tratamentos acaricidas a cada sete a dez dias durante o período larval e ninfal. O número de tratamentos em cada bateria varia com o nível de infestações na propriedade, o que obrigatoriamente exige a vistoria do Médico Veterinário para cada programa instalado. Além disto, o programa deverá prever tratamento de todos os eqüinos da propriedade num intervalo máximo de 3 dias para todo o plantel. É também fundamental que os animais sejam retornados ao pasto de origem. Isto porque, espera-se que cada animal torne-se uma “armadilha viva” durante o intervalo entre tratamentos.
A repetição dos tratamentos acaricidas nos períodos larval e ninfal e o retorno dos animais ao pasto, promoverão uma intensa limpeza das pastagens, reduzindo desta forma o número de carrapatos que tornar-se-ão adultos. Desta forma, espera-se grande redução dos carrapatos adultos durante as estações da primavera e verão como conseqüência natural da redução dos estágios larval e ninfal.
A dificuldade está no controle da população adulta, pois além de se necessitar de um produto com uma concentração 1,8 vezes superior à concentração indicada para o controle dos carrapatos dos bovinos, na época do tratamento (primavera e verão) temos grande quantidade de éguas em segundo e terceiro estágios de gestação. O uso intensivo e indiscriminado de carrapaticidas neste período pode ocasionar intoxicações e abortos absolutamente indesejáveis nestes animais.
Para controlar estes problemas em rebanhos pequenos, indica-se que no período de primavera e verão todas as fêmeas ingurgitadas sejam diariamente retiradas dos animais. Alguns ganhos resultarão desta ação. Em primeiro lugar que para cada fêmea repleta retirada estarão sendo retiradas do campo 5000 prováveis larvas que comporão a geração no ano seguinte. Em segundo lugar e se o controle das fases larval e ninfal forem bem feitos, reduziremos drasticamente a necessidade de banhos carrapaticidas neste período. Em terceiro lugar, a manipulação diária destes animais produzirá um comportamento dócil altamente desejável nos animais do rebanho.
Como as infestações de eqüinos por B. microplus estão fortemente associadas com o uso simultâneo de pastagens por eqüinos e bovinos, a providência imediata que deve ser tomada em um plantel infestado é a prática de separação de pastos destinados aos eqüinos e aos bovinos.
Estas propostas de controle estratégico manipulam importantes conceitos epidemiológicos, porém estão centradas no uso intensivo de carrapaticidas que são por definição produtos tóxicos e como tal devem ser manipulados com todos os cuidados e normas de segurança.
Cabe ao Médico Veterinário a checagem de todas estas normas como condição prévia à implantação do programa em uma propriedade. Sua atuação efetiva no controle das condições de aplicação destes pesticidas resultará numa inestimável ação de saúde pública na proteção ambiental e segurança do trabalhador rural.
Por outro lado, cuidadosas prescrições devem ser observados na recomendação de carrapaticidas de bases fosforadas ou misturas piretróides + fosforados. Seu uso intensivo pode resultar em quadros de intoxicações em animais e operadores. Por isso, na atualidade, recomenda-se que os programas de tratamento intensivos sejam realizados com produtos das bases piretróides puras na forma de concentrados emulsionáveis para banhos de aspersão ou imersão.
Baseado em todos esses estudos podemos dizer que o meio mais eficiente para evitar a infestação por B. microplus em eqüinos é criar cavalos completamente separados de bovinos. A infestação por A. cajennense pode ser controlada usando acaricidas recomendados nas dosagens adequadas, manter as pastagens uniformes e em condições limpas através da roçagem pelo menos uma vez ao ano durante as estações chuvosas (primavera e verão), quando o crescimento da forragem é favorecido. Infestações pelo A. nitens podem ser controladas através da pulverização de todos os eqüinos com acaricida por todo o corpo nos intervalos corretos e nas diluições adequadas, principalmente no período da primavera e verão.

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